Apesar do ano difícil, a safra 2020/21 tem dado motivos para comemorar, especialmente no que se refere à produção de açúcar. Confira a análise.
Logo no começo da safra 2020/21, lá no distante mês de março, as usinas tiveram que lidar com um fator que ninguém esperava: a pandemia de Covid-19.
Certamente, isso causou incertezas e tornou esta safra muito mais desafiadora. No entanto, agora, chegando ao fim do ano e com boa parte das usinas com as atividades já encerradas, felizmente, podemos afirmar que existem motivos para comemorar.
“Neste mundo de Covid -19 alguns setores de atividade estão sendo beneficiados; outros muito prejudicados. O setor de cana de açúcar no Brasil é um daqueles setores beneficiados. O que chama a atenção é a surpresa positiva que foi além de qualquer cenário otimista feito em Abril deste ano.”, afirma o economista Julio Borges em sua coluna no Canal Rural¹.
ENCERRAMENTO DA SAFRA
Até o dia 1º de dezembro, cerca de 214 unidades já haviam encerrado a safra 2020/21. Dessas, 61 encerraram a moagem na segunda quinzena de novembro. Para a primeira quinzena de dezembro, o esperado é que outras 32 usinas finalizem as operações. De um modo geral, por conta da estiagem, as usinas têm encerrado a safra mais cedo que no ciclo anterior.
RESULTADOS 2020
Até agora a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas do Centro-Sul totaliza 594,88 milhões de toneladas. Tal número representa um pequeno crescimento de 3,32% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola.
“A moagem observada até o momento é praticamente a mesma verificada no final da safra 2019/2020. Portanto, o aumento de volume na safra 2020/2021 será definido pela quantidade de cana-de-açúcar a ser processada entre dezembro e março de 2021″, analisa o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues².
QUALIDADE DA CANA É DESTAQUE
Apesar do crescimento na quantidade de cana moída não ser expressivo até o momento, o destaque fica por conta da sua qualidade, que permanece num patamar superior ao observado no ciclo 2019/2020. No acumulado até 1º de dezembro, o indicador assinala 145,13 kg de ATR por tonelada, aumento de 4,24% sobre o valor da safra 2019/2020.
PRODUÇÃO DE AÇÚCAR EM ALTA
Assim como o previsto em meados do ano passado, a safra 2020/21 foi bastante açucareira. De fato, esse foi um fator essencial na manutenção do bom desempenho das usinas. Nesse sentido, vale destacar o déficit de oferta global na safra anterior que favoreceu fortemente o mercado brasileiro, já que recuperou os preços do açúcar no mercado internacional. Além disso, a alta do dólar tornou ainda mais vantajosa a exportação do adoçante. Por fim, ambos os fatores, aliados a estiagem (que aumenta a concentração de açúcar na cana), fizeram com que a produção de açúcar compensasse fortemente a queda no consumo de etanol durante os meses de quarentena.
Em suma, a produção acumulada de açúcar na safra 2020/21 atingiu a marca de 38,09 milhões de toneladas, com elevação recorde de 44,16% em relação ao ciclo 2019/20.
ETANOL
Apesar da alta na demanda por etanol não carburante, o consumo de etanol hidratado no mercado interno caiu significativamente no começo da pandemia. Embora, tenha se recuperado no decorrer do ano, os resultados ainda assim serão negativos ao final da safra. De fato, nem mesmo o aumento das exportações foram suficientes para melhorar o desempenho.
No acumulado até 1º de dezembro, a produção de etanol alcançou 28,91 bilhões de litros, dos quais 19,51 bilhões de litros de etanol hidratado e 9,41 bilhões de litros de etanol anidro.
Nesse sentido, o volume total de etanol comercializado até o término de novembro representa uma queda de 11,75% em relação à safra anterior. No total, são 20,47 bilhão de litros vendidos, dos quais 13,78 bilhões referem-se a etanol hidratado (-15,10%) e 6,69 bilhões a etanol anidro (-3,96%).
ETANOL DE MILHO
Ao contrário do etanol produzido a partir da cana, o etanol de milho teve um crescimento significativo em 2020. Foram incríveis 84,85% de alta em relação ao ano passado. Ao todo, foram fabricados até 1º de dezembro, cerca de 1,64 bilhão de litros.
Segundo Rodrigues, “se mantido o ritmo de produção observado até o momento, a fabricação de etanol de milho pode quase dobrar na comparação do ciclo 2020/21 com o volume ofertado na safra 2019/20”.
Fonte: UNICA
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