Principal objetivo da entidade é identificar o grau de conhecimento a respeito do conceito de Indústria 4 e entender os desafios a serem enfrentados para sua adoção

 

Realizada em maio desse ano, a pesquisa contou com a participação de 227 empresas, sendo 55% pequenas, 30% médias e 15% grandes. Os resultados serviram como importante subsídio para o entendimento do cenário e a apresentação de propostas por parte da FIESP.

É fato que a discussão sobre a Indústria 4.0 é recente no Brasil, por isso, uma das principais preocupações foi identificar o nível de conhecimento das empresas em relação ao tema. Logo de cara, um dado preocupante, 32% das indústrias sequer ouviram falar em quarta revolução industrial, Indústria 4.0 ou Manufatura Avançada. Já entre os 68% que ao menos ouviram falar no conceito, apenas 41% já utilizam o lean manufacturing (sistema de produção enxuta), ou seja, 59% ainda não preenchem nem mesmo esse requisito básico para aderir a quarta revolução industrial.

Apenas com esses números já foi possível chegar a uma conclusão importante: é absolutamente necessário e primordial adotar medidas que disseminem o conhecimento sobre a Industria 4.0 no país. Porém, a pesquisa ainda apresentou muitos outros dados interessantes:

  • 90% das empresas acreditam que a Indústria 4.0 “aumentará a produtividade” e que “é uma oportunidade ao invés de um risco”
  • 67% esperam sentir um impacto mediano com a implementação da Indústria 4.0
  • 30% estão “otimistas” quanto à implementação da Indústria 4.0 em suas empresas
  • 17% estão “muito otimistas” quanto a essa implementação
  • 5% se sentem “muito preparadas” para enfrentar os desafios da Indústria 4.0
  • 23% se sentem “nem um pouco preparadas”

Algumas empresas já estão se movimentando

A pesquisa ainda constatou que 30% das empresas já começaram a aderir à Indústria 4.0, enquanto 25% estão em fase de planejamento. Desse grupo, 28% pretendem investir até 0,5% do faturamento em 2018 e outras 19% pretendem investir na faixa entre 0,5% e 1%.

Outros dados levantados foram a respeito das principais tecnologias buscadas dentro do contexto da Indústria 4.0: análise de big data (21%), monitoramento e controle remoto da produção (15%), digitalização (12%) e robótica (11%) são as principais.

Ainda segundo as empresas ouvidas pela FIESP, as áreas que mais podem se beneficiar dentro das indústrias são: produção (55%), controle da produção (50%), rastreabilidade (38%), controle de qualidade (32%), planejamento (31%), e engenharia de desenvolvimento de novos produtos (31%).

Desafios

Outra preocupação da FIESP foi obter, através da pesquisa, dados que permitissem entender melhor os desafios da Indústria 4.0. em penetrar nas indústrias brasileiras. Os principais resultados foram:

  • Dúvidas quanto a relação custo benefício
  • Investimento necessário
  • Ser empresa pequena e não saber como se adaptará à Indústria 4.0
  • Espera pela movimentação do mercado
  • Gestão, Tecnologia e Mão de Obra

Preocupações Necessárias

A cibersegurança também foi colocada em pauta, uma vez que indústrias mais informatizadas e conectadas estão mais expostas a ataques. A pesquisa mostrou que 91% estão cientes da importância em investir em cibersegurança e apenas 18% acreditam já possuir uma infraestrutura de tecnologia da informação adequada para suportar a Indústria 4.0.

A formação de mão de obra é uma outra preocupação recorrente entre as empresas. Assim, a pesquisa buscou identificar o tipo de profissional que as indústrias precisam para aderir a Indústria 4.0: automação, cibersegurança e capacidade analítica e preditiva são os principais. Em relação às habilidade desejadas, “programação” (eleita pelas pequenas), “gerenciamento de dados” (destacada pelas médias e grandes) e Data Science (priorizada pelas grandes) foram as mais citadas.

Perspectivas e Propostas

O Brasil chegou tardiamente na discussão da Indústria 4.0, que data de 2011 nos países desenvolvidos, e foi prejudicado pelo momento de crise econômica, que desviou a atenção para questões de curto prazo e conjunturais, mas acreditamos que ainda há tempo das empresas brasileiras se inserirem na 4ª revolução industrial”, enfatiza o 2º vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Segundo ele, o primeiro passo é disseminar em nível introdutório o que significa a Indústria 4.0 (suas tecnologias, expectativas e riscos). Além disso, o lean manufacturing deve estar presente em 100% das indústrias brasileiras, para em seguida darem um passo além.

Para isso, o trabalho de entidades como a Fiesp, Senai-SP, Sebrae e agências de fomento serão fundamentais. Existe um senso de urgência das empresas com relação à Indústria 4.0, e elas precisam de apoio no enfrentamento dos desafios.

É fundamental também incentivar e facilitar investimentos na infraestrutura de tecnologia da informação das empresas para que elas se adequem mais rapidamente às tecnologias da Indústria 4.0.

Além disso, é importantíssimo fomentar cursos que qualifiquem profissionais nas áreas de automação, cibersegurança, gerenciamento de dados, capacidade analítica e preditiva, programação, gerenciamento de dados e Data Science.

Nesse sentido, entidades como a FIESP podem e devem fornecer todo o apoio para quem deseja se inserir no contexto da Indústria 4.0, mas também, é fundamental que as empresas se movimentem e busquem conhecimento.

A empresa que não buscar formas para ampliar este conhecimento certamente terá dificuldades para uma inserção competitiva no mercado”, finaliza Roriz.

 

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